Exaustivos. Fantásticos. Salgados. Viciantes. Frustrantes. Felizes.
Descrevo assim os últimos dias onde num total de 5 dias, apenas 1 não fui à pesca.
"És doido!" dizem uns,"Não sei como aguentas...!" comentam outros ou então "Tu não te cansas?" perguntam....
Não, não me canso. Eu não me canso de fazer aquilo que gosto, tenho prazer e deliro com tudo que envolva esta paixão que persigo há anos, dia após dia, lua atrás de lua seja ela cheia, nova ou meio termo!
Esta mesma paixão levou-me a planear jornadas seguidas e intensivas, começando numa quarta-feira e acabando num Domingo.
A
primeira investida foi completamente frustrante. O tempo prometia, as previsões estavam boas, o mar mexia bem. Mas a maré de azar perseguiu-me a mim e ao João, quando chegamos ao nosso spot tínhamos (o pouco) areal ocupado com 2 pescadores ao fundo.
Eles com apenas 5 canas conseguiram tapar todos os espaços, lançar pelo meio era difícil com as correntes e vento.
Conseguimos arranjar um cantinho, tínhamos nem 10 metros para pescarmos os 2 entre rochas e a linha de uma das canas.
Para piorar a situação, ao subir a maré um dos inteligentes decide recolher a cana mais próxima de nós e...Colocar ainda mais próximo de nós, quase a passar por cima.
Não demorou muito para haver uma linha presa, dando praticamente o toque de encerramento desta investida. Melhores dias virão!
A
segunda investida fiz com o meu primo, um teimoso e sortudo pescador de fundo que ocasionalmente lá cede e acompanha-me nestas andanças pelo spinning.
Procuramos um canto para nós que fosse abrigado porque o vento estava chateado com o Windguru e decidiu não corresponder ao previsto.
Andamos por toda a praia a lançar contra o vento e a recolher as amostras quase à deriva, já noite dentro.
Quando nada fazia prever, ele apenas me diz "Tenho peixe!"
Eu estava com a amostra quase fora e continuei a recolher para ajudar e logo de seguida ele apenas me diz "Porra!!! Não o consigo parar!!" e só aí é que reparei: a cana estava toda dobrada na direcção do fio. O fio saía com grande velocidade e não havia forma de o parar!
Estava ali um valentão!!
Pousei as minhas coisas e fui ajudando como podia, ora apontando com a luz para ver onde a linha e ele se dirigia, ora tentando acalmar o pescador.
A certo momento tememos o pior, quando o peixe se encostou à pedra e ficou parado, nem para trás nem para a frente... Estava ali o fim?!
......
.................
Nãoooo!!!! Ele foi para a direcção oposta, tinha que ser agora senão da próxima podia não correr bem!
O peixe foi cedendo, a enorme quantidade de fio libertado estava de volta ao carreto, faltava pouco...
Quase já aos pés, percebemos o porque de tanta energia: o robalão estava preso pelas costas!
Eu desci as rochas para o ir cobrar, ele não colaborava e insistia em não colocar a cabeça de fora para o agarrar.
Não há qualquer problema, levou um abraço meu e assim o levei rocha acima :)
Estava ali um record batido!! Há maiores no mundo, mas para ele foi o que mais pica deu e subiu a fasquia para um bom patamar...!
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A besta dominada, ainda com a amostra no lombo |
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Senhor robalo |
O peixe deu-nos energia e vontade para continuar, mesmo com o vento desfavorável e desconfortável.
A persistência acabou por me premiar a mim com mais uma baila este ano e livrar-me da grade quase garantida, desta vez atirou-se a um black minnow.
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Baila e black minnow |
Não tivemos mais acção até a hora de ir embora, já bem para lá do habitual. Mas o que seria uma grade para os dois, acabou por se revelar num record batido.
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Os maiores :) |
A
terceira investida foi fora da nossa zona de acção. Destino: costa alentejana!
Consegui meter a sexta-feira de férias e livre para poder desfrutar uns cantinhos fantásticos que a nossa costa proporciona!
O roteiro começou numa paragem nas bifanas para aconchegar o estômago e logo de seguida porto covo.
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As belas das bifanas!! |
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São Torpes - Porto Covo |
A partir daí, cada canto era um delírio para os olhos, não sendo possível passar para palavras e fotos metade daquilo que se vê ao vivo por esta nossa costa abaixo...
Vou deixar para já algumas das fotos que tirei desde Porto Covo até Almograve, desfrutem :)
Passando a coisas mais sérias, hora de pescar chegou quase na hora do sol ir embora, uma boa hora para tentar a nossa sorte.
....Sorte? Tivemos tudo menos isso....
As nuvens negras trouxeram chuva e trovoada, sendo a segunda bem mais preocupante. Felizmente parou muito antes de começarmos a pescar. Mas o mal já estava feito...
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Chuva e estrada quente, água a evaporar... |
A chuva trouxe lama e águas barrentas, apenas um pouco mais afastado se conseguia água limpa.
O primeiro lançamento nessa zona serviu apenas para verificar que havia uma rede ilegal a tapar toda a zona. Amostra presa, lá foi preciso nadar para a safar...
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Em acção de pesca... |
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...E acção de salvamento! |
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O tempo não pára, o dia chega ao fim... |
Mudamos de sitio, agora mais afastados daquela zona.
Meia duzia de lançamentos, os dois presos novamente. Agora foi uma corda....
Outro mergulho, já com o sol posto e noite cerrada.
Mudamos para uma zona de areia, tudo cheio de algas soltas.
Fomos um pouco para o lado e lá está novamente uma amostra presa na pedra.
Mais um pouco de natação e foi rápido o consenso sobre o que fazer: vamos mas é para casa!!
A última investida foi depois de um dia de descanso (merecido) bem passado na praia, mas essa última já terá que ser noutro post... ;)