terça-feira, 22 de setembro de 2015

De volta à carga!

Como tinha referido no relato anterior, a actividade naquela noite foi mais que muita e depois de uma noite assim foi preciso dar descanso às tropas porque o corpo e a cabeça assim o pediam.
Mas nada que uma boa manhã de sono não resolva eheh!! :)

Ainda em mente o que tinha acontecido na noite anterior, fomos espreitar as previsões.
As condições continuavam idênticas e ideais com o único senão da hora da maré ser ainda mais tarde... Havia duas hipóteses: avançamos noite dentro, ou fica-se em casa a remoer com um grande "e se tivesse ido....?"

Da minha parte era impossível ir pois tinha coisas combinadas para essa noite e não iria desmarcar.
Mas felizmente o impossível transformou-se em possível e com essa reviravolta lá fomos nós mais uma vez, rumo ao melhor pesqueiro do mundo e quem sabe da europa :)

Ainda pairava sobre nós a noite anterior e foi tema para toda a viagem, o que tinha feito diferença, o porquê de atacarem mais uma amostra em vez da outra, mil questões e perguntas que queríamos ver esclarecidas que obviamente nunca teremos respostas....

Canas montadas, botas calçadas, amostras prontas e lá vamos nós.
Como a maré era mais tarde, o pesqueiro ainda não estava no ponto, tivemos que "engonhar" um bocado.

No meio dessa "engonha", optamos por ir a um outro ponto para ver como andavam as coisas por lá.

Ora vai amostra, volta amostra e o leiteiro de sempre crava o primeiro - e eu a ter um déjà vu da noite anterior....
O primeiro cá fora e do mesmo calibre dos anteriores, reparo que ele tem uma amostra igual à minha, muda apenas a cor... Que raio!

Volta a lançar, nem uns minutos passaram, já ele tinha outro... Oh pah!!
Mas quase de seguida cravo um bom peixe que me deu um pouco de trabalho mas correu bem, lá veio para fora.
O meu primeiro da noite e já estava a levar na pinha!!
Houve uma quebra no ritmo e vamos alternando amostras e direcções, enquanto a maré ia descendo.
O João com a noite mais que feita, ia alternando entre a Saltiga da noite anterior, vinil e outras armas que tinha na bolsa.
Apenas queriam uma, especificamente...

Volta a colocar a amostra que tirou os anteriores e  lá volta a tirar outro, eu respondo tirando mais um mas este apenas com uns 30cm e voltou para a água para crescer.

De repente, deixamos de ter actividade... Olhamos para o relógio, hora de atacar o primeiro spot.

E foi dito e feito, quase com hora marcada volta o João a tirar mais um cá para fora e eu apenas a ver e a recolher o peixe :)

Depois, um grande momento da noite, daqueles que ficam na memória e contado é difícil de acreditar...
A pescarmos lado-a-lado, ele faz uma recuperação um pouco mais para o lado esquerdo, quase à minha frente. E tem um ataque.
Mas o ataque foi tão voraz e feroz, que o peixe saltou fora!!! Parecia um achigã a saltar! Só mesmo visto, foi incrível!
Claro que foi mais um para a conta do João e como mal nos aguentávamos, ficou por ali a pesca levando eu no pêlo outra vez - 5-1 foi o resultado :)
Uma pequena "manada" de robalos :)
As capturas do Leiteiro de serviço
Claro que estávamos animados e cheios de pica, se uma noite cheia de peixe é bom, duas noites seguidas é qualquer coisa de fantástico...!
Grande Leiteiro!!!
O meu peixe acabou por ser o maiorzinho das jornadas, faltando 10g para atingir os 2Kg.
Um pouco desfocado...
...Mas contente na mesma!
E levantam-se novamente questões....


  • Porque é que a amostra da noite anterior que tinha feito 6 peixes e apesar de ir bastante tempo à água, não apanhou nada?
  • Porque é que os dois a pescar com amostras iguais, excepto um ou outro pormenor na amostra, não conseguimos atingir o mesmo resultado?
  • Já sabendo de antemão que teria que recuperar devagar - que fiz durante praticamente toda a pescaria - porque é que desta vez não tive tantos ataques/capturas como o João?


São algumas das questões que ficam... Mas nunca teremos respostas :)

Para terminar esta aventura, uma frase que li recentemente enquanto navegava pela net: "Não existe perdas na pesca. Ou apanhas, ou aprendes." :)

E eu, aprendi. :)
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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Uma noite de Sonho!

Depois de um dia atrás dos achigãs, combinei uma ida ao mar com o João uma vez que as previsões apresentavam-se bem agradáveis.
A vontade era mais que muita, mas uma estúpida dor de cabeça pôs-me a pensar se não seria melhor ficar por casa....
Tomei 1 comprimido, dormi uma sesta e lá fomos nós! Ao chegar ao carro contei a situação ao João e ele disse-me que estava com uma dor no pé e se eu não fosse, ele não ia.

Bem, ainda bem que isso não aconteceu!

Chegamos ao nosso spot e começamos a trabalhar as amostras, mas ficamos de olho num outro cantinho que estava com um belo espumeiro mas a maré não deixava chegar perto.
Aguentamos enquanto conseguimos e mal tivemos hipótese, mudamos para lá.

Primeiro lançamento do João, um bom robalo ferrado! Com calma e categoria, trouxe-o para perto da nossa pedra e coube-me a mim recolher o peixe.

Fizemos uma grande festa, já há muito tempo que não tínhamos um peixe nas nossas investidas!

Passados uns 5mins... O João apanha outro, dentro do mesmo calibre e mais uma vez lá fui eu recolher o peixe.

Meia dúzia de lançamentos e está ele com outro ferrado! E eu a vê-los passar!!!
Outros 5 mins passam, lá está o Luvias dele a cantar....!!!

Foram 20mins e 4 peixes cá fora e eu a ver aquilo tudo!!

Eu ia questionando que amostra tinha, onde estava a lançar e como estava a recolher. Eu fui alternando as amostras, o João pescou sempre com a mesma amostra. Tentei amostras desde tamanho 12 até 17, afundantes e flutuantes, com brilhos e sem brilhos e também vinil.
Já sem grandes ideias, perguntei ao João se não tinha uma amostra com brilhos bem vincados para me emprestar. Lá me desenrascou uma Silent Assassin Green Back.
Só assim consegui enganar o meu primeiro da noite, trabalhando a amostra muuuuuiiito devagar....!!!
O meu primeiro e único da noite...
Com as contas fixas em 4-1, pensei que iria agora recuperar a contagem.

Erro meu, voltou a ter mais um ferrado!!! Booooooolas! "Mas tu hoje não páras?! Vou sair daqui todo negro, de tanta porrada que me tás a dar!"

A maré chegava ao pico da viragem e a hora ia avançada, com a pescaria praticamente feita demos o nosso habitual limite de "10 lançamentos, se não der peixe vamos embora".

Já adivinharam o que aconteceu a seguir? Pois, é obvio não é....?
Precisamente ao 10º lançamento do João, mais um robalo a por o conjunto Morethan e Luvias a trabalhar!
Este foi o mais valente da noite, puxando muita linha e dando vigorosas cabeçadas. Quando lhe deitei a mão percebemos logo o que se estava a passar, tinha o focinho livre para dar umas boas corridas porque a amostra estava virada em sentido inverso!

Já não conseguíamos estar na pedra muito mais tempo e a pesca estava mais que feita.... Acabei por levar uma tareia à moda antiga, 6-1!
João 6-1 Cláudio
Obviamente estávamos os dois contentes com a pescaria épica que tínhamos acabado de fazer. Naturalmente, um estava imparável e frenético eheh :)
O grande pescador da noite!
Estarola todo contente :)
No caminho para casa, muitas dúvidas e questões surgiram. Algo estranho se passou nesta noite e foi difícil descobrir o padrão (se é que o descobrimos...), pois não pareciam estar a atacar tudo que estivesse dentro d'água...
Há os que são Leiteiros e depois há os outros :)
Porque é que ele tirou mais peixe que eu, estando a pescar lado a lado, lançando para o mesmo sitio e recolhendo da mesma forma?
A amostra tinha características próprias, mais concretamente ser afundante e cheia de reflexos. Faria isto assim tanta diferença?
A matadora da noite
Usei amostras semelhantes e sublinho semelhantes mas talvez por não terem nada mais que semelhanças, não tive grande sucesso.

Eis algumas das conclusões a que chegamos, umas podem fazer mais sentido que outras:

- O peixe pode ter encostado devido à descida rápida e acentuada da temperatura - estavam 10º durante a noite. Essa descida de temperatura pode ter feito com que o pilado que estavam sempre a comer se tenha enterrado na areia e/ou encostado à costa (onde durante o dia a água aquece melhor) e isso fez com que mais peixe tivesse encostado também;

- As recuperações do João estavam a ser mais lentas que o normal, esse tipo de recuperação pode ter provocado mais o peixe, do que as rápidas que implicam ataques por reflexo. Isto surgiu depois de constatar que praticamente todos os peixes vinham ferrados por fora ou apenas pelo beiço na última fateixa - nenhum engoliu a amostra;

- O facto de haver um pouco de luz lunar a bater na água e estar com uma amostra afundante cheia de reflexos pode ter ajudado os peixes a localizar e atacar com mais convicção, por estar na camada de água certa;

Digam-me lá se isto tudo faz sentido e terá sido mesmo assim.... Ou haverá algo mais por trás deste mistério?!

Seja como for, é uma pescaria que nos ficará presente na memória, felizmente partilhada com um grande parceiro sempre pronto a dar-me na cabeça que apanhou mais que eu :)

Mas não ficamos por aqui....
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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Persistência.

Quando se vai à pesca, é normal haver dois tipos de moral: o "hoje é que vai ser!" e o "hoje não deve dar nada".
Este tipo de pensamento, principalmente o último vai muitas vezes condicionar logo à partida a pescaria. A ideia que "estava melhor em casa", "porque é que aqui estou?", "devia era estar a dormir/comer/beber/etc..." passa muitas vezes pela nossa mente em acção de pesca e naturalmente à primeira contrariedade que surja, salta logo para a primeira linha a hipótese de regressar à base.

Porém há uma terceira hipótese. Ser persistente e teimoso, contrariar aquilo que logo à partida estará condenado ao insucesso!

Numa recente e fugaz pescaria aconteceu-me uma situação assim. As condições estavam agradáveis para fazer uma boa pescaria mas o pensamento negativo de que "hoje nem toque vou ter" ia surgindo, como se sussurrado ao ouvido.

Mandei-o dar uma volta!

Na mesma noite subi e desci para pesqueiros em 5 sítios diferentes, saltitei por pedras conhecidas e bem calcadas por mim, enfiei os vadeadores dentro de água acima da cintura e lancei a artilharia toda que tinha na bolsa.
Queria tirar um peixe, eu estava determinado.

A maré já ia avançada, tinha que voltar para casa senão depois ficava ainda mais complicado. Estava quase a desistir. Mas o quase desapareceu quando tive um toque e ferrou!
A baila da salvação
Não foi um peixe record, não foi uma pescaria de sonho.
Mas foi reconfortante saber que às vezes firmar o pé acaba por trazer uma recompensa.

A baila nervosa e da salvação acabou por voltar para a água.
Seja de que tamanho for, a recompensa acabará por chegar.
Bailandoooooooo :)
Mal eu sabia o que estava para vir a seguir... ;)
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