sexta-feira, 31 de maio de 2019

10º Torneio Nacional Spinning e Corrico - Luis Vicêncio

Olá a todos!

Este ano para já está a ser especial no que toca a pescarias em encontros/torneios. Começou com o 1º lugar no Abertruta, seguiu-se uma captura no 1º encontro "Robalos do Minho" e finalmente... O anual e cada vez maior encontro do ano, o Torneio PCA -  Luís Vicêncio, que já conta com 10 edições!

Após 9 edições distribuídas pelos vários pontos do país, este ano realizou-se pela primeira vez na costa de Aveiro, uma zona de muita areia e alguns pontões entre praias.
Reuniram-se cerca de 130 pescadores, um número a meu ver exagerado (por causa da confusão que cria e toda a logística envolvida) mas que ao mesmo tempo demonstra que há cada vez mais praticantes!

Tirando a parte competitiva, é sempre o melhor momento para reencontrar caras antigas e rever amigos, aproveitando obviamente para fazer uns lances enquanto se contam e revivem histórias de pesca e não só.
Eu, o Bruno Martins e o Armando Sousa

Quando os Estarolas se juntam....

...Coisa boa não é!!

A moldura humana começa a tomar forma...

E aqui está toda a gente!

Estranha criatura, familiar do cavalo marinho!
Foi precisamente num desses momentos de descontracção que quando nada fazia prever, levo uma boa pancada na cana e começa-me a sair fio do carreto! Faço sinal aos restantes que estavam por perto para me virem ajudar enquanto travo uma boa luta com o peixe!

Sempre a medo e com cuidado, fui ganhando metros de fio e apenas tive que esperar pelas ondas para o ir conduzindo para a areia seca.
Assim que a onda o conduziu até onde eu queria e quando finalmente estava a seco e bem seguro....

Que festa foi!!! Parecíamos tolinhos, aos saltos e a festejar, como se cada um tivesse apanhado o seu!
Que valente robalo, demais!!

Saltiga 17 LD-S a fazer estragos :)
Tudo registado e medido como mandam as regras, o peixe foi à vidinha dele de volta ao mar... E claro, era impossível tirarem-me o sorriso da cara, nem arrancando!


Quando regressávamos ao local do almoço, ia ouvindo aqui e ali dizer que o dia tinha sido fraco e havia poucas capturas.... A esperança de uma boa posição foi crescendo, até que acontece.

Fiquei em 1º Lugar. Consegui!!!
1º Lugar - 10º Torneio PCA - Luís Vicêncio
Já tinha conseguido um 3º lugar, depois consegui um 2º lugar... E agora fiz a tripla conseguindo o 1º lugar :)
Foi um dia muito bom, cansativo (dormi umas 2h apenas) mas positivo!



Agora com licença, que tenho um avião para apanhar e com sorte o próximo post será com uns peixes com dentes afiados... ;)
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sexta-feira, 17 de maio de 2019

Férias pela Costa Vicentina

Olá a todos!

Este poderá ser um relato mais extenso que o normal, mas a justificação é muito simples: uma semana dedicada à pesca. Sim, isso mesmo! Uma semana inteira para fazer todas as marés que o corpo deixar!
Parece fácil, certo? Mas não é... E quando as condições são mais que adversas, pior ainda...!

Eu e o meu primo já andávamos a falar várias vezes e durante muito tempo na hipótese de um "dia" fazermos uma longa jornada só de pesca. A oportunidade surgiu, as férias foram marcadas e foi tudo alinhado ao pormenor! Destino: Costa Vicentina.

Pequeno (grande) problema: as previsões iam ser cada vez piores, precisamente durante a semana que tínhamos combinado tudo... Lembrem-se bem disto quando tiverem a ler o resto do relato!

Fiz a viagem até Lisboa logo de manhãzinha, fui almoçar com o João, que já não via há imenso tempo, e depois disso encontrei-me com o meu primo. Tudo empacotado no carro, que mais parecia uma carrinha de mudanças de tão carregado que estava, fizemo-nos à estrada!

Antes de sequer descarregar as coisas, fomos logo espreitar spots, para aproveitar a luz do dia. Vimos o que queríamos, comprámos alguns alimentos e então sim - descarregar.
Tralhas de surfcasting, spinning, chumbadinha... Só tralha!
O plano era tentarmos a sorte a pescar ao fundo, podia ser que déssemos com alguns sargos ou douradas. Já que de outra forma, era impossível pescar....

Alimentámo-nos bem, vestimos o fato de chuva e fomos apanhar isco. E que chuvada levámos! E o vento? Impossível, foi simplesmente de loucos!
Parecia coisa de filme, em que a qualquer momento ia aparecer o Godzilla ou outro monstro qualquer no meio da tempestade...mas lá conseguimos safar algum isco.

A caminho do pesqueiro, com uma chuva e vento que mais apetecia era ficar em casa, encontrámos um coelhinho na beira e brincámos que já tínhamos um petisco (calma que não fizemos mal ao bichinho, ele fugiu logo).
Mas só brincámos até encontramos mais à frente um grande javali. Porra, que susto aquela visão do nada! Uma besta preta, ali parada no caminho e quase nem nos ligou, foi calmamente embora... Pudera, o susto foi maior para nós que para ele!!!

Recompostos do susto, esperámos uns 45 min. para que a chuva e vento acalmassem. Quando deixou, fomos lançar umas chumbadas bem lá do alto de uma falésia.
Íamos sentido peixe aqui e ali, mas nenhum vinha ferrado. Até que me calha a mim o primeiro peixe ferrado!

Umas valentes pancadas, levou alguma linha mas acabou por ser dominado. Faltava agora a parte crítica - levantar o peixe. E começaram as complicações...

Com o peixe encostado, o mar a bater, eu apenas posso segurar a cana e ir controlando. O meu primo põe a rabeca na minha cana. A rabeca prende no primeiro passador.
Voltamos a abrir e a passar para a frente. A rabeca quase não desliza por causa dos passadores.
Vai até à ponteira. Fica presa na ponteira. Eu tento abanar um pouco a cana e lá acaba por soltar e deslizar pelo fio abaixo. Vai descendo e descendo...

Vem uma onda de um set mais forte. Ao mesmo tempo a rabeca toca na água. O carreto começa a cuspir fio por causa do peso todo, o fio toca num penedo qualquer por baixo da falésia e puff......

Xau peixe.
É mau? É, mas pode ser ainda pior. Graças a esta confusão toda, o passador da ponteira foi completamente arrancado.
Peixe, chumbada, ponteira... Tudo com o c*****o!

Lixado da vida, volto a fazer a montagem e continuo a pescar, mesmo sem o passador. Que se lixe!

Entretanto foi a vez do meu primo ferrar peixe, um bom peixe! Controla-o de cima, vai encostando e desta vez mudámos de tática. Veio à mão para cima, agarrando na linha e puxando muuuuito devagar para não partir!
Conclusão? Vejam vocês mesmos!
Valente dourada, esticadinha mas magra...!
Ficámos malucos, uma grande dourada, já estava mais que ganha a noite!!

Mas a noite não ficou por aí... E passados uns 20 min., voltou a ser a minha vez de ter peixe ferrado, round 2!
A tática usada foi a mesma - puxar o fio à mão. Eu segurava na cana e ia compensando no carreto, o meu primo enrolava à mão até que...
JÁ ESTÁ!! A MINHA PRIMEIRA DOURADA!!! LINDA, FANTÁSTICA, EU ESTAVA EM DELÍRIO!!!
Primeira dourada - 2,265kg

Ferradinha no beicinho!
Bem, que noite estava a ser... Duas douradas, um peixe perdido, uma ponteira retalhada...!

Continuámos a pescar, íamos sentindo peixe ocasionalmente, mas sempre muito manhoso. O meu primo voltou a ter peixe ferrado, mas ao encostar acabou por partir mesmo rente ao anzol.

Pesca terminada, vamos mas é para casa que amanhã há mais!

Mas antes, umas fotos para celebrar ;)
As duas capturas da noite

A minha primeira dourada! :)

Milton e as duas douradas


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Acordámos ainda meio abananados da noite anterior, mas estávamos ali era para pescar. Tomámos o pequeno-almoço e fomos dar uma volta durante a maré baixa para espreitar spots. Não vimos grande coisa, mas o passeio foi brutal!
Ninho de Cegonha

Flora das dunas
Como tínhamos levado as canas connosco, decidimos fazer uns lances no mesmo spot para ver se as madames ainda andavam por lá. Acabamos por não as encontrar e com a fome a apertar, fomos para casa saborear uma bela dourada escalada na brasa!
Selfie estragada pela fita :)

Dourada escalada e assada na brasa!


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Mais um dia, mais uma saída atrás do peixe. Repararam que eu disse ao início que as previsões iam piorando cada vez mais? Pois, dia após dia, foi aumentando o vento e o mar, quase impossível pescar.
Mas temos que fazer ênfase no quase...
Os persistentes, bem agasalhados!
Porque fomos para ali para pescar, e é a pescar que estamos bem! Quem também ficou bem na foto, foi um valente sargo quileiro que safou um dia que parecia estar perdido no meio de grades!
Sargo quileiro - o safa grades
De noite, as previsões iam estar aceitáveis, mas o mar não. Optámos por mudar a tática e em vez de pescar da pedra, procurámos um cantinho que deixasse fazer um surfcasting. Acabámos por encontrar e demos com uns sarguitos, que foram o almoço do dia seguinte!
Sargos jeitosos

Antes de irem à grelha....

...Depois de estarem no solário! Que belo bronze!

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Se antes estava quase impossível, neste dia a coisa estava mesmo má. E também para descansarmos um pouco, fomos dar uma volta ao longo da costa, visitando alguns quintais bem conhecidos e que certamente muito bom pescador irá reconhecer logo à primeira foto ;)
Praia de Almograve

Cabo Sardão

Zambujeira do Mar

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O tempo vai passando e quando damos por ela, já estamos praticamente no final das férias. E com a sorte que tivemos até à data, obviamente que só agora as previsões acalmavam. Óbvio...

No último dia de pesca, dividimos a investida em dois. Primeiro vamos fazer uns lances para relaxar no rio, só para esticar as linhas e tal. Sem grande pressão para apanhar o que quer que seja.
Canas ao alto, Vila Nova de Milfontes ao fundo :)

De noite, com as previsões todas alinhadas como bem gostamos, tínhamos que dar tudo por tudo. A fé era bastante, a esperança ainda maior. O vento acalmou, a chuva deixou de chatear, o mar estava em queda. Tudo perfeito!
Até o pôr-do-sol foi perfeito.
Mas se sorte não tivemos até aquele momento, também não ia ser agora, não é? O que poderia estragar tal noite de tanta esperança?

Algas. Quilos e quilos de algas foram apanhados e içados falésia acima. Chegámos a deitar-nos na pedra sem estar à pesca, a olhar para o céu, apenas para fazer tempo de a maré virar e levar com ela as algas!!

Mas pouco adiantou... Juntemos agora a essa noite o facto de eu ter ferrado um peixe e, quando ia começar a levantar, lá veio o raio da onda que varreu tudo - fio na pedra e acabei sem peixe.

Acabámos por fazer uma valente jornada de quase 8H a pescar, sem grandes resultados. Um sabor agridoce, assim como a promessa de que um dia voltaremos e, aí sim, é que vai ser!!

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Desculpem o relato longo, mas resumir uma semana com tanta pesca no meio, torna-se complicado :) Certamente muitas peripécias escaparam neste relato, outras nem valem a pena contar, mas o que posso garantir é que mesmo correndo como correu, ficarão todos os momentos bem gravados na memória.

Daqui a uns bons anos iremos estar os dois sentados, de cana na mão numa pedra qualquer - como de costume - e vamos invocar estas aventuras para a conversa. E vai ser como reviver tudo...

Isto é que é pesca. O resto são grades.
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