quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Achigãs no Paraíso!

 Olá a todos!

Desta vez trago-vos não 1, não 2.... Mas 4 relatos de uma só vez! Só porque estão todos relacionados e foram todos seguidos, claro! :)

4 dias de pesca dedicados aos achigãs tanto a pescar de pato como da margem, com vento e chuva, sol e nuvens. Uns dias mais complicados que outros... Mas isso já vão saber mais abaixo!

São relatos um pouco extensos, mas com tanto peixe capturado e durante tantos dias, penso que é compreensível :)

Caso não estejam muito virados para a leitura, podem saltar para o fim do relato e assistir ao vídeo resumo! ;)

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Dia 1

Depois de fazer uma viagem longa mas tranquila, a expectativa e ansiedade estava em alta e obviamente tinha que ir fazer uns lances. Ainda ponderei bastante se ia ou não, já que as previsões não estavam muito amigáveis. O Outono tinha acabado de chegar...

Mas a vontade de pescar fala mais alto que tudo o resto e lá fui eu, rumo a um spot que aos poucos vou conhecendo os cantos.

Pato cheio de ar, canas preparadas, barbatanas enfiadas nos pés e lá vou eu!

Pato pronto, vamos lá aos achigãs!

Fui experimentando cranks, spinnerbait, alguns passeantes mas sem sucesso. Com baixa actividade traduzida em nenhum ataque, aproveitei então pescar mais lento e dar hipótese a algumas técnicas que pouco costumo utilizar (erradamente) mas que são eficazes nessas situações.

Coloco um jig com um atrelado tipo lagostim e ao fim de uns 10 lançamentos, eis o primeiro ataque!

Uma boa luta, a puxar bem pela cana com um ou dois arranques mais fortes, mas esse já tinha o destino marcado - ir para dentro da rede!

O primeiro da jornada

Belo achigã de 700gr

Estava feito o primeiro achigã e soube bem. É um alivio enorme nesta pesca quando se faz uma boa captura, quase como a dar um sinal de que é esse o caminho!

Continuei a dar à perna, a experimentar jigs, vinis, ocasionalmente dropshot mas a única coisa que apanhava naquele instante era... Chuva. Muita, mas muita chuva. E eu dentro de água com uns calções de praia!

Mas já se sabe, se é para pescar então é para pescar. E eu lá continuei a pescar!

Já mais para o final da tarde, vou tentar a sorte num cantinho que anteriormente provou ser um hotspot para os achigãs. E não me enganei.

Lançamento em direção à margem, jig a saltitar pelo fundo na minha direção e... Já está, mais um!

Mais um achigã com jig

Foram precisas quase 3h para voltar a sentir peixe. Mas foi um tiro certeiro, porque passado nem 5mins, já estava outro cá fora!

O terceiro achigã do dia!

Novamente, capturado com jig

Peixe desferrado, volto a lançar e... Mais um!! Mas este acabou por se desferrar num salto acrobático. Foi a sorte dele, senão eu ia-lhe tirar a fotografia para o cadastro!

Procurei esticar ao máximo este primeiro dia de pesca, mas com os dias cada vez mais curtos, tive que aos poucos ir me deslocando para a margem senão ainda ficava às escuras no meio da água :)

Pouco faltou.... :)

Fim do dia, já bem escuro!

Estava assim feito o primeiro dia, com 3 capturas jeitosas (peixes a rondar as 700gr e todos com 38cm), nada mau para quem nunca apanhou peixe com jig e já não pescava desde Junho!

Venha o dia seguinte!

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Dia 2

Segundo dia, nova aventura!

A sessão de pesca à chuva no dia anterior não foi propriamente agradável, apesar de até gostar de pescar à chuva - mas quando estou preparado para tal!

Tentei descodificar as previsões para perceber se estaria vento e/ou chuva, e acabei por não arriscar pescar de pato, mas sim de margem. Sempre é uma abordagem diferente e permite dar algum descanso às pernas!

Depois de almoço volto ao mesmo spot e deparo-me com um cenário complicado... Algumas nuvens e bastante vento, que ora estava pelas costas, ora estava de frente. Bem, já lá estava por isso mais vale tentar a sorte!

Material de margem pronto

Acho que não terá demorado mais do que 30mins para (novamente com jig) voltar a ter um peixe ferrado! E tão rapidamente tinha peixe, como deixei de ter.... É acabou por desferrar quase de seguida.

Palavrão para fora da boca, siga a pesca!

Insisti mais um pouco no mesmo cantinho, mas sem grandes resultados à vista, fiz-me ao caminho e comecei a procurar novo spot pela margem fora.

A única coisa que encontrei foram alguns cagados que timidamente emergiam e 2 ou 3 segundos depois de se aperceberem que eu estava ali, voltavam a descer.

As horas iam passam e volto ao sitio inicial, a ver se tinha melhor sorte. E mais uma vez foi uma escolha acertada, pois em 25mins tirei 2 peixes jeitosos e estava feito o dia!

Primeiro achigã do segundo dia

O jig continua a dar resultados

Foram ataques fantásticos, quase idênticos e no mesmo jig que no dia anterior tinha dado resultado. Acredito que tivesse ali um padrão...

O segundo é quase igual ao primeiro!

Coitado, faltava-lhe uma barbatana...

Dois belos achigãs a safar o dia, peixes novamente de umas 700gr e à volta dos 38cm.

Uma pequena curiosidade que só reparei mais tarde. O segundo achigã capturado não tem a barbatana lateral. O que poderá ter feito aquilo...?

Siga para o dia seguinte!

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Dia 3

Este dia foi simplesmente para esquecer... Acordei com umas dores de costas horríveis, praticamente não me mexia, estava completamente empenado!

Falei com uma tia que estava lá por casa e acabou por me marcar uma consulta com um osteopata. Problema? A consulta era as 20h30...

Solução? Já que tenho o dia livre, vou fazer um pouco de exercício e apanhar ar puro que me faz bem - sim, fui à pesca!

Voltei a fazer uma pesca de margem, mas para além de perder um peixe logo ao início, acabei por não sentir mais nada o resto da tarde... A não ser algumas dores.

E pronto, lá foi a primeira grade, muito sofrida :)

Mas o dia seguinte estava reservado para ser em grande....!

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Dia 4

Quarto dia, último dia para pescar, de dar o tudo por tudo!

Bem cedinho, fiz-me à estrada que ainda tinha uns bons kms para percorrer. É uma viagem bonita, mas bonito bonito é estar dentro de água a pescar :)

O dia estava bastante ventoso, ia ter de dar bastante à perna. Mas o que tem que ser, tem que ser!

Nas primeiras horas não senti nada, de maneira nenhuma. Spinnerbaits, jigs, vinis, whopper ploppers, jerkbaits... Nada chamava à atenção e dava-me a primeira alegria do dia.

Como o vento estava forte, a estratégia foi bater água com spinnerbait enquando dava à perna contra o vento. E depois fazer o sentido inverso à boleia do vento, mas com jig.

E eis que num lance para zona de ervas levo uma mocada forte e começa uma verdadeira batalha!

Por duas vezes a ponteira ficou bem mergulhada dentro de água, toda dobrada! Mas acabei por levar a melhor e consegui por o primeiro e belo achigã dentro da rede. Grade já não era!

O primeiro valentão do dia!

Um belo achigã quileiro

Um bonito peixe quileiro a dar cabeçadas e arranques... Que mais poderia eu querer?

Ora lá está, outro igual!

Ao fazer o percurso de regresso optei, como tinha dito anteriormente, por usar o jig e bater zonas rochosas mais ingremes.

Num lance diretamente para uma ponta, levo mais uma pancada seca, ferragem feita e meto-me noutra luta fenomenal!

Valentão #2 que gostou do meu jig!

Achigã quileiro ao jig

Outro peixe de bom calibre, igual ao primeiro do dia. Nada mau, a manhã estava a correr bem!

Manhã é como quem diz... Pois ja eram 14h e tinha que comer qualquer coisa. Pequena pausa para um lanche reforçado, beber água e levar o pato para outras margens, em busca de outras zonas para bater.

Pequena pausa para repôr energias

Novamente de volta à água, o vento durante a tarde parecia endiabrado. Houve inclusive alturas que tive que me encostar à margem só para não perder metros que já tinha dado à perna!

Lá acabei por me encostar numa zona mais protegida e consegui fazer mais uns lances de spinnerbait.

Do que me tinha apercebido, estavam abrigados perto das ervas, logo não perdi muito tempo em zonas sem essas condições.

E foi uma boa aposta, já que ao fim de 1h sempre a dar à perna contra o vento, veio o terceiro achigã do dia! Parecia maior, mas percebi que o peso era das ervas que vinham junto :)

Bonito achigã que foi a terceira captura

Capturado com spinnerbait

Um achigã mais pequeno, mas lutador na mesma! E se 3 achigãs já era bom, então....

Então e se for um achigã com força suficiente para me fazer dar uma volta de 360º no pato?!

Bastou um lance para (lá está...) uma zona de ervas, algumas maniveladas e levo uma pancada forte. Um salto acrobático bem perto de mim, e começa a diversão!

O peixe afunda com força e a puxar para o lado esquerdo.

Deixo-me levar para o cansar e ele continua a puxar, sempre cheio de vida! Até que o peixe decide virar na minha direção e coloquei logo a rede para o apanhar.

Quando dou por mim, tinha dado uma volta completa! Surreal a força destes peixes!

O maior do dia! 1,195kg

Este valentão deu uma luta fantástica!

Acabou por ser o maior do dia e das jornadas, com uns belos 42cm e os seus 1,195kg. Um belo achigã, sem dúvida alguma ficará guardado na memória.

Talvez 2 lances depois e ainda no mesmo sitio, volto a ferrar um peixe mal o spinnerbait tocou na água mas este já era um peixe mais pequeno com 30cm :)

Com a luz a diminuir e um longo percurso aquático para percorrer, dei por terminada a pesca, aproveitando a força do vento para me ajudar a deslocar para onde tinha o carro.

O descanso do guerreiro

Terminou assim o 4º e último dia desta fantástica aventura que espero poder repetir por muitos e muitos anos, desde que haja saúde e condições para tal.


Para terminar, algumas considerações/constatações:

  • Neste último dia, foram percorridos 2,4km de manhã e 1,5km de tarde (aproximadamente, claro) dando um total de 3,9km sempre a dar à perna!
  • Antes destes 4 dias, nunca tinha feito uma captura com jig, foi uma estreia e penso que aprendi um bocadinho mais com esta experiência;
  • A pescar de pato perdi muito menos material que a pescar da margem, o facto de poder colocar-me por cima do sítio da prisão e tentar "contornar" ajuda bastante;
  • Em dias de vento o pato torna-se bastante complicado de controlar, mas depois de aprender a controlar e "dominar" o posicionamento, pode-se usar o vento a favor em alguns casos;
Espero que tenham gostado, tal como referi no início deixo-vos aqui o video resumo dos 4 dias!
Fiquem bem e até à próxima!

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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Duas pescas à chumbadinha nas férias curtas

 Olá a todos!

Venho-vos relatar duas pescas à chumbadinha feitas durante uma curta semana de férias.

A primeira pesca foi logo no primeiro dia de férias ainda aqui pelo Norte, onde defini que só voltava para casa quando tivesse pescado o que iria ser o meu almoço.

Uma manhã bonita, com o céu nublado e o mar a trabalhar bem, prometia ser uma manhã em grande!

Mas o que parecia prometido, foi-se tornando um desafio. Pouca actividade, quase sem toques e nada parecia funcionar. A maré foi descendo e fui acompanhando a descida avançando no pesqueiro em busca do peixe.

Muda-se a espessura do fio, o peso na chumbadinha, experimenta-se com pião... Nada estava a dar resultado!

Até que finalmente tenho um toque mais firme, faço a ferragem e lá está, o primeiro sargo do dia! Não era nenhum gigante, mas pelo menos já tinha o suficiente para o objectivo - peixe para o almoço.

Sargo para o almoço

Depois desta captura continuei à procura mas tinha coisas combinadas e o tempo já estava a esgotar, para além do mar estar a ficar cada vez mais forte.

Seja como for, objectivo cumprido com sucesso!


Passaram-se uns dias e as verdadeiras férias na costa alentejana chegaram. Umas férias curtas, com companhia e num local assim, requer alguma ginástica para conseguir encaixar uma pesca.

Lá consegui encaixar uma pesca num fim de dia, apenas para ver se conseguia enganar algum peixinho para o almoço do dia seguinte.

Acompanhado pela minha namorada, fomos procurar um sitio que fizesse o mínimo de feição para enganar uns sarguitos. Como o primeiro local estava cheio de gente, deslocamo-nos para outro spot, este sim vazio e completamente à vontade.

Preparo o material, faço o primeiro lançamento e digo eu na brincadeira "espera um bocado que já vou tirar peixe".

Primeiro lance para a esquerda de uma pedra mesmo por baixo da falésia não deu em nada. Lanço agora para a esquerda dessa mesma pedra. Um toque, outro mais vigoroso e faço a ferragem e digo-lhe "Já está, tenho peixe!"

E começa uma bonita luta do alto da falésia com o peixe lá em baixo! Pelo bater e arranques vigorosos, percebi que não era um sargo, mais ainda quando a zona onde estávamos é propicia ao aparecimento das douradas. E eu a pescar com um 0,23mm no estralho....

 Aguento o peixe o quanto posso, deixo-o cansar à vontade para depois tratar de o puxar cá para cima - não tenho rabeca.

Peixe dominado, seguro bem a cana, começo a dar ao carreto. E a cana cada vez mais dobrada...

Continuo a dar à manivela, quando sinto que já está perto o suficiente, levanto a cana para o lado e lá vem o peixe do dia!!

Bonita dourada à chumbadinha ao pôr-do-sol!

Uma bela dourada! A minha primeira dourada à chumbadinha e capturada logo ao segundo lançamento!

Eu tremia por todos os lados, foi surreal!! Nem conseguia iscar direito para lançar novamente.

Novo lance, desta vez para a mesma zona (direita da pedra) e pouco depois, mais um toque e mais uns arranques fortes! Esta é maior que a anterior!

Controlo o peixe o melhor que posso, deixo-o puxar à vontade para se cansar antes de iniciar a subida. Começo a puxar devagarinho e após talvez umas 5 maniveladas acontece... O peixe desferrou-se quando já estava a subir.

Fiquei de rastos. Um sabor amargo na boca, daqueles que custa bastante a superar.

Pensei que a linha tivesse partido, mas quando fui verificar ainda tinha tudo, inclusive o isco o que me levou a concluir que estaria mal ferrada (ou ferrada pela beiça) e ao levantar acabou por se soltar.

Ainda voltei a lançar novamente e a experimentar outros iscos, mas o sol já lá ia. E pescar no escuro num sitio em que era preciso lances com precisão bem juntos à pedra, não ia funcionar... Tivemos que dar por terminada a pesca com uma bela dourada capturada e outra que escapou!


No dia seguinte bem cedinho voltei ao mesmo local (desta vez sozinho) mas depois de procurar e procurar, nem um único peixe consegui enganar. As águas estava muito abertas, quase não mexiam de tão paradas e nos poucos sítios onde senti peixe deviam ser demasiado pequenos.

Seja como for, fica aqui o registo das duas capturas à chumbadinha em modo férias com o grande destaque para a primeira dourada da minha Vega Bullfight Nitro :)

Deu uma bela refeição!

Dourada grelhada

Fiquem bem e até à próxima, espero que tenham gostado!

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