No sábado fui à pesca com o João para o nosso sitio do costume e calhou numa maré de lua nova e ainda por cima, baixa. Ora, como o mar estava a mexer bem mas afastado da areia, decidimos ir um pouco mar adentro. Lançamento atrás de lançamento, o peixe nem dava sinais de si.
A noite foi-se aproximando, cada vez mais escuro e começamos a nos deslocar pouco a pouco para o ponto de partida. Ora, é a partir daqui que as coisas começam a correr mal...
Recentemente, deitei a mão a 2 amostras que tenho fé de darem uns peixitos quando nada mais funcionar, falo das Hart Metal Vib de 28g. A encomenda para chegar foi um martírio (obrigado CTT pela vossa *cof cof* competência) mas lá acabou por chegar. Depois, foi preciso trocar os anzóis já que os originais são para rio e muito fracos. As argolas, têm que ser de um tamanho especifico, senão atrapalham. Com tudo isto, acabei por só conseguir preparar uma para usar.
Voltando à pesca, coloco o Metal Vib e faço um lançamento longo, o meu palpite de que seria um bom lançador estava certo. Recolho e sinto as vibrações na ponteira com uma grande nitidez, fantástico. Faço mais 2 lançamentos... E fica preso numa rocha. A amostra nova, 3 lançamentos, presa numa rocha. A maré estava a subir, num instante iria subir mais e mais. Se queria fazer algo para a tirar, tinha que ser imediato. Tentei dar puxões leves para soltar, usar a corrente do mar para puxar para fora, nada funcionava.
Tinha que me aproximar mas era noite cerrada e sem a luz da lua, nada feito... Tentei uma aproximação, sou arrastado por uma grande onda e não fosse o drag, teria ficado bem preso pela cana (ou pior). Decidi, não dá para arriscar mais, vou puxar e se sair saiu, senão já chega... Não saiu.
Voltei a montar o fluor, a pôr um clip novo, meto agora uma Storm Ultra Eel que o João me emprestou para experimentar. Lanço, fica preso e eu a deitar fumo. Consegue-se soltar, puxo o mais rápido que o carreto consegue dar e... Fica preso novamente, agora noutra pedra. Deito ainda mais fumo e lá se solta, retirei logo do clip e devolvi ao João, não era a minha noite.
Continuamos a pesca, sempre com a água pela cintura e nem me lembrei de um pormenor... O meu telemóvel estava numa bolsa "estanque" mas poderia apanhar água. Dito e feito, ao chegar ao carro tiro-o da bolsa e água dentro... Telemóvel, puff.
Outras coisas mais aconteceram nessa noite, mas nem vale a pena falar...
No entando, há dias que as coisas até correm bem.
O dia seguinte, foi dia de um encontro informal do PcA em Peniche e eu não era para ir, mas à última da hora lá me convenceram a participar também e até me conseguiram arranjar boleia! Hora marcada no local combinado, lá vamos nós para Peniche!
Chegados ao local, 2 dedos de conversa e decide-se ir para a zona da Consolação. O mar estava com bom aspecto mas com alguma corrente e sets de ondas um pouco instáveis, o que na zona pode fazer a diferença entre ter água perto dos pés e água ao nível das pernas com uma corrente desgraçada!
Lançamento... |
Aqui o colega José Simões |
Chegado ao local, começo a pescar com uma Westlab Macua 14 na cor B04 com uns anzóis que a fazia afundar um pouco. Trabalhei-a sempre com toques rápidos e seguidos de ponteira, para lhe dar um pouco de desnorteamento no trabalhar imitando um peixe ferido. Inicialmente, optei por pescar numa pedra mais avançada na água, mas rapidamente me desloquei mais para a direita. Mais meia dúzia de lançamentos e optei por ir um pouco mais para a direita, chamem-lhe um feeling se quiserem.
Permaneci por ali, a trabalhar a amostra, até que reparei em algo, as cores predominantes na zona eram o verde e o castanho, das algas e pedras. Ora, se eu fosse um peixinho ali, não iria querer ter cores berrantes, mas sim cores mais camufladas com o meio. Então, mudei de amostra e coloquei a MaxRap 17 Green Flake, mesmo a condizer...
Lanço, sempre a trabalhar a amostra com toques seguidos, para a obrigar a deambular pelas águas, quando num desses lançamentos...
A amostra cai na água, dou os toques habituais e sinto uma prisão. Mas no mesmo instante, sinto uma pancada na cana, outra pancada, a cana começa a dobrar e a tremer, o drag do carreto canta um pouco e eis que vejo algo que nunca esquecerei... Uma valente chapada na água dada pelo robalo com a cauda! Com calma, fecho mais um pouco o drag, tinha que controlar a situação e a zona era rochosa. Ainda a recuperar o peixe, começo a estudar o que havia de estruturas à minha volta. Uma rocha fora de água à esquerda, rochas submersas em frente, algumas rochas menos pontiagudas à direita e com água. Vai ter que ir para a direita!
O peixe puxa para a esquerda, eu não o deixo ir, vejo a onda a chegar "Vai ser agora!" e conforme a onda arrebenta e forma a corrente para o lado direito, eu conduzo-o para o sitio mais acessível e ponho o grip na boca. SUCESSO!
A trazer o peixe para zona segura |
Satisfação e alegria! |
Sem palavras... |
"Agora a foto de grupo!" |
50cm, 1,380kg |
Corvo Marinho"Toy" já na água |
Antes da paparoca |
Boas Morais!
ResponderEliminarQue grande relato...
Nesses locais de pedra a mais o melhor é jogar pelo seguro e poupar as melhores amostras, para não voltarmos para casa chateados...
Mas até nem foi assim tão mau...
Bom bom mesmo deve ter sido esse cozido à Portuguesa :)
Um abraço e força.
PS: vê la se tiras esta cena do codico para aprovação de comentarios que isto é uma seca, já desisti de te enviar outros comentarios por causa desta cena.
Boas Pedro!
EliminarO local onde perdi a amostra "supostamente" era só areia e ainda faltava um pouco para chegar à zona mais rochosa... Enganei-me nos calculos, pelos vistos!
Ainda bem que avisas isso do código, eu nunca reparei (nunca me pediu) mas já retirei!
Abraço!